Histeria






Tempos cíclicos. Outro regresso iminente. A força, como há tempos, insiste em colocar o débil e o subversor na fogueira da opressão, em expiação, ou regozijo próprio – Por que não? -. O prazer, então, do sumo inquisidor é ver o outro arder, atado às teias do sistema, de onde nunca deveria ter ousado sair, questionar. A esclerótica é amarelada da cólera; da bílis que verte, pulsante. Abrasa a pele do inquisidor, em rubor, ante a histeria coletiva, a chancela da barbaridade. “Olho por olho, dente por dente”. Não há meio termo, nem piedade. Soluções medíocres, rasas, resultados medíocres, flagelantes. São as desventuras de uma sanha punitivista à brasileira, que só extirpa x pobre, x negrx, x gay, x faveladx, x nordestinx, a mulher, x transexual. Nódoa na história, já tão rude. Mais um capítulo de morte e de dor, da autofagia civilizacional.
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Fonte / Imagem: Jules Eugène Lenepveu (1819 – 1898) – Wikipédia.


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