não julgar.


Olhares de censura nos cercam. Como leões na savana, sem piedade, dilaceram. Em questão de segundos já têm a condenação.... 

Não vamos agradar a todos, com certeza. Mas há um peso negativo, um empuxo para baixo que, muitas vezes, se não estivermos preparados, faz com que desistamos dos nossos sonhos.

Estar bem consigo mesmo é um trunfo diante de tantas pressões. E isso quer dizer que, além da determinação interior para alcançar a satisfação, devemos respeitar e deixar que os outros possam gozar, também, da autoafirmação quanto às suas escolhas. Por mais que achemos errado, absurdo, até mesmo os mais sagazes precisam provar do fracasso. Fracassar é inerente à natureza humana. E quem nunca vacilou? Sem dúvida isso é experimentação, construção e autoconhecimento, passar por situações e delas tirar grandes lições, valores que ficarão, certamente, muito mais arraigados.

Se você se sente incomodado com os olhares de recriminação, como faz sentir o imperativo categórico de Kant, não queira perpetuar essa mesma atitude abjeta. É um exercício diário, extremamente difícil, enxergar com compaixão, sem condenação. Ninguém merece ser julgado, encerrado ou reduzido ao próprio erro. Somente nós somos capazes de reconhecer as razões pelas quais colocamos em prática nossas pretensões. E se descuidamos por alguma razão, isso sempre será escusável.

Não sei quantas vezes ainda serei criticado por minhas escolhas, mas tenho a convicção que eu mesmo serei beneficiado, e seguirei ainda mais leve, se olhar para os lados com olhos de ajuda, compreensão, e não apontando, com a bravura dos ignorantes, que pensam que sabem, o que é certo ou errado para a vida dos outros.

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