de que vale o status?

As pessoas lutam vorazmente para conseguir certa posição social – acham, por certo, que os poderes social ou econômico garantem a “imunidade” ou o “gozo manancial”. Mas o julgamento está aí, permanente, por toda parte, e a única maneira de não o ter, seria abster, desapegadamente - alguns resolveriam isso com a medicinal expressão: foda-se!

Se revirarmos a história, basta superficialmente, veremos o quanto o “ser” é fascinado pelo “ter”, no mínimo, status (colocação social diferenciada), como hoje os vulgares termos assim denotam: “top, estourado...”. Por alguma razão, há repulsa por certos grupos ou pessoas, pensamentos etc. Dizem: “eu que ganho tanto, por que teria de conviver com fulano, pobre? Estudei tanto, por que teria de escutar as bobagens ditas por esse sujeitinho pouco instruído”. Vai se aprofundando o abismo social!

Será que alguém ousaria não reconhecer Vincent van Gogh ou Salvador Dalí como Doutores em Arte?  Mais próximo de nossa realidade, do sertão, Luís Gonzaga ou Hermeto Pascoal poderiam ser considerados Doutores em Música? Uma coisa tenho a lhes dizer, suas genialidades são tão sublimes que não contemplam esse plano da titulação. Aliás, suas obras e vidas permanecem sendo estudadas por grandes universidades, lançando muitas horas de pesquisas aos mortais.

Pois bem, aqui cheguei para dizer-lhes que ao seu lado, ou quiçá no interior do Ceará, na mais longínqua e modesta casinha de taipa e barro, um ser humilde – com voz mansa, cabeça baixa, a reverenciar quem chegar, quase que por submissão – terá muita sapiência para transmitir, e o fará, certamente. Genial? Talvez. Dá sem querer nada em troca ou esperar ser colocado no pedestal dos “topíssimos”.  Oxalá um dia o tratamento “seu” se equivalha ao “doutor”... 

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