
De lá pra cá, à luz do dia, muita
gente vem morrendo. Pessoas são submetidas aos mais atrozes flagelos. Governos
tiranos, concepções individualistas externas, preconceitos etc. são entraves
para o progresso. Entre “maus” e “bons”, muitos civis perderam as suas vidas
sem tomar conhecimento do que estavam passando; sem reagir, como animais
confinados e abatidos. Vietnã, Iraque, Síria. Só os civis e as vidas dos
sobreviventes foram arruinados. O povo está, definitivamente, perdendo a sua
identidade. Não existe, de nenhum dos lados, respeitado ao regionalismo, à sua
forma de governar, à cultura local.
A catástrofe decorre, sobretudo, da
falta de soberania dos povos, das feridas que foram sujeitados e perdurarão por
gerações. E como reverter a dor de um povo dizimado? Talvez no Brasil não
tenhamos noção ou dimensão disso. Mas deixar de acolher um irmão vitimado em
seu país, expulso de sua casa, sabendo que fazemos parte do caldeirão do mundo,
deixa de ser ignorância e passa a ser crime de xenofobia, racismo, no mínimo.
Vergonhoso é ter de saber do teor do ato ocorrido no dia 2 de maio, contra o
novo Estatuto da Migração. Este autodenominado “movimento” acabou por fomentar
o discurso de ódio e a discriminação contra raças e religiões.
Ou seja, em tempos de necessidade de
clara cooperação, união para tornar o povo forte contra excessos bestiais do
governo, vê-se o caos. Inclusive o ódio é tão descomunal, que alguns deixam de
perceber o mal provocado pelo partido ao lado. Parece que a sociedade está
atônita quanto a sequência de eventos grotescos, como dizem, golpe atrás de golpe,
ao constatar também que não será possível, como apregoavam, “a gente tira primeiro
um, depois tira o outro, e assim por diante”.
E tenha certeza, o governo gosta
dessa confusão de interesses. Não há unidade no discurso, grupos divididos, ambiente
perfeito para a aprovação relâmpago, sem discussão, de projetos em leis brutais.
O povo, mais uma vez, esta refém dos benefícios exagerados ao setor privado. E uns falam, convictos, que a privatização é importante para acabar com o poder
do Estado e com o “governo comunista”. Pois digo que é um grande desafio manter
a soberania quando se tem o peso da mão poderosa do mercado.
E o mundo dava sinais que caminharia,
em certos momentos, para um enquadramento social, pensado a partir e para o
povo. Mas estamos perdidos, completamente desorientados, condenando os nossos
irmãos, chamando-os de “vagabundos”, “desocupados” e “pilantras”, e deixando
livre o terreno para os ratos.
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