
Há pessoas que, aproveitando da fragilidade
do outro, laçam mão da honestidade, do cuidado e do respeito, e prometem prodígios
na vida do outro. Garantir riqueza, poder etc. é leviano, vez que são “projetos”
inconsistentes e instáveis. Ainda assim, o mais preocupante é perceber que
muitos creem que a felicidade está intrinsecamente relacionada à aquisição de
bens materiais.
De um tempo pra cá tenho firmado a
convicção, e tirado o peso do mundo, que coisas não trazem felicidade – parece lugar-comum,
mas não. Ter um carro ou uma peça de roupa novxs, por exemplo, a não ser que
necessário, não será, definitivamente, o ingresso para a felicidade. E veja, esse
tipo de pessoa, que se preocupa em ter coisas para conseguir posição, não ser
desprestigiada socialmente, não percebe que tanto faz a roupa que vista para
ser benquista por quem realmente lhe ama. Os demais, que avaliam seres humanos
por seus bens, esses sim não merecem pertencer ao seu ciclo de amizade.
Percebo que sempre falta algo às
pessoas que consumem sem necessidade, nunca estão satisfeitas. E, nada mais
óbvio, depender de coisas para ser feliz numa vida curta, em que vendemos tempo
para ter dinheiro, como disse Mujica, é de um delírio sem tamanho. Precioso
tempo que nos dá oportunidade de estar com nossa família, amar e ser amado.
Tento me orientar por São
Francisco. Um homem extremamente feliz, que transbordava esse sentimento aos
demais, só por ter acesso aos bens essenciais à vida. A água, o ar, o brilho do
sol, das estrelas; o canto dos pássaros, tudo isso sim enche a alma, anima o
espírito. Conseguir resgatar a paz interior através da simplicidade da vida é o
grande desafio de hoje, num mundo tão dependente de coisas e vazio de sentido.
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