— Daniel, cadê o controle da sala, menino?
Faz horas que procuro e nada. Onde tu enfiou?... Daniel, responde, o que tu tá
fazendo nesse quarto trancado faz é horas?.... Menino, aparece aqui, pelo amor
de deus, que eu já tô passando é mal! Vou já mandar arrombar essa porta!
Há anos lutando para se encontrar, Janaina
decidiu, sem volta, recomeçar. Não queria atazanar a vida de ninguém. De
problemas, já bastavam os seus; não tinha a intenção de criar mais. Com uma
corda longa, enrolada em lençóis, forçou uma fuga cinematográfica. Tinha de ser.
Até que o destino pregou uma. Na esquina do bloco “b”, seu Josué, porteiro
antigo, gritou alto: “Acode aí o menino!”. Não deu tempo de dona Isolda ouvir. Janaina
fazia sinal de silêncio, enquanto descia rápido, como se já fosse expert no rapel – a necessidade e alguns
vídeos do youtube ensinaram...
Correu. A mala, sabe-se lá como, já estava no carro de Ludy... No quarto,
depois de revirado, Isolda encontrou a carta. Aos prantos, só assim entendeu,
melhor ter uma pássara livre, voando, a um suposto pássaro preso, infeliz, para
exposição; e execração social.
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