- Boa tarde, seu Fernández, me vê essas
bananas, uma mão de morango e um pão.
- Boa tarde, meu filho. Do mais tostado?
- É. Pode ser esse aí mesmo.
- Feitos na hora, viu?! Ainda quentinhos...
E como vai o nosso Brasil. Vi que o homem lá cai não cai.
- Nada, seu Fernandéz, passou o timing do
impeachment. Eu acho.
- Falo de cair na vala, rsrs.
- Sim, rs – nessa hora, eu que não desejo
a morte de ninguém, bambeei. Pois é, vaso ruim não quebra fácil não. E põe ruim
nisso.
- É triste. Um país com tanta gente boa;
de lutas e histórias de conquistas sociais, se perder assim.
- É, seu Fernández. Os direitos mais
básicos estão sendo tomados à luz do dia. E o pior, assistimos a tudo tranquilinhos “da silva”.
- “Da silva”? Que o Lula tem com isso?
- Nada, rs. Estão até querendo dar um
tranquilizante nele. Mas tem de ser dose para leão, porque, senão, esse de
alcunha “vampiro” pega o beco ligeirinho.
- Cunha? Que tem a ver com o “vampiro”?
- Tudo.
A conversa terminou aí. Dei o dinheiro.
Ele contou e recontou o troco, antes de passar, e coçou a cabeça. Matutou um
pouco. Mas antes d’eu sair soltou:
- Não estou entendendo nada, meu filho.
- Nem eu, seu Fernández.
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