Distraído - não tão raro, felizmente -,
peguei a cerveja no balcão. Paguei, pedi a senha do wi-fi, e esperei o troco.
Coloquei a senha, nada de funcionar. O chão, de cerdo (porco), como dizem por
aqui. Papéis espalhados por todos os lados, até nas paredes; nas frestas entre
móveis e paredes. A maior balbúrdia, porque passava Athletic Bilbao e Real
Madrid. Mas algo me chamou a atenção mais que isso, o banheiro. Havia,
seguramente, alguma coisa putrificada há uns dois dias, pelo menos. Saí do
balcão – do lado do banheiro -, não aguentei. Sentei-me à mesa, num outro salão
contíguo. Ainda distraído, mesmo depois do susto. Não queria demorar, já me
demorando. Um senhor de certa idade vinha em minha direção, com certa
dificuldade em andar, olhando para o chão e para mim. Certamente esperando
algo. E eu distraído. Pensei: “O que será?”. Chegou mais perto e parou; e olhou
para mim. Não disse nada. Por dois segundos – uma eternidade. “Ah, era uma
cadeira que atrapalhava a passagem!”, vi. Imediatamente tirei: “¡Perdón!”. E o senhor
disse, “¡Eres muy atento, chico!”, algo assim, muito suave, com um leve sorriso.
“Eu?!”, pensei, e sorri. Felizmente, naquele momento, estava.
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