Estava assistindo ao filme Vênus Negra
e me ocorreu essa reflexão: apesar de sermos iguais quanto aos direitos,
guardamos imensas diferenças. Isso é certo. Mesmo nossas mãos não são idênticas.
Deveria, então, ser natural o convívio respeitoso, a aceitação do outro, os de
cabelo black power; negros, branco,
ruivos e asiáticos; pertencentes a uma denominação religioso, com vestimentas
próprias etc. Mas o que se vê é que as diferenças de fenótipo ainda são motivos
de crimes brutais, porque fogem dos modelos construídos nos imaginários das
sociedades tradicionais, principalmente. Misoginia, racismo, homofobia: o fosso social dos invisibilizados, dos marginalizados.
Pergunto-me, por que tanta
restrição e agressão? Talvez isso tenha a ver em replicar o que recebe, de não ser
acolhido por alguma razão e passar a “bola pra frente”. E o ódio parece que tem
essa característica, de contaminar uma parcela pouco crítica, insensível,
ignorante ou fragilizada, e se torna um círculo vicioso. Tem de se fazer uma
avaliação criterioso sobre o que se lê, por exemplo. Não é nada mais do que respeitar a imagem
do outro, a sua dignidade, antes de aplicar a condenação, simples e rasa. Nem
tudo é verdade. Muito se quer para vender, mas pouco para instruir, informar.
E como enfrentar essa mazela
social, o preconceito? Primeiro não se intimidando; não se recolhendo como se
estivesse errado. Errado por ser como se é? Errado é conter-se em si, não extravasar
seus sentimentos, suas vontades. Tem gente que diz: “Não vou fazer uma
tatuagem, não por outro motivo, porque posso ser discriminado, agredido
verbalmente ou fisicamente por minha família, amigos. Podem pensar que sou
drogado, marginal”. A partir de pequenas referências muitos defendem um estereótipo,
julgam e condenam rapidamente: “fulano usa tatuagem: é drogado”. Cabe ao
tatuado, inclusive porque fez com muito gosto, expor sempre que possível sua tatuagem.
Apresentar-se como tal! Essa é a sua identidade! Eu sou assim ou assadx,
barbadx, tatuadx, cabeludx, e se quiser se aproximar, bem, se não, já se sabe
que essa pessoa não é bem-vinda no seu círculo social. Contudo, essa pessoa tem de
respeitar, tolerar!
Libertar-se! Estar bem consigo é a
força motriz para uma vida plena, saudável. Não estar atado a conceitos ou a padrões
do que se atribui como “ideal” é reforçar em si a autorrealização e a
dignidade.
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