morar fora (para os mortais)

Qual o sentido? É um privilégio enorme, claro. Não é fácil, mas possível. Não é melhor, mas diferente. Melhor é relativo. O que é bom para mim pode ser ruim para você. Percebe-se, facilmente, que há boas vantagens em estar na Espanha: segurança, estrutura e organização, sentido de coletividade e respeito ao próximo.

Na maioria das vezes as pessoas soltam para a gente (eu e minha esposa), quando estamos em passeios etc., os seguintes bordões: “chics”, “tops”, ou mesmo, “Aí é demais, tudo funciona!”. Comparam coisas absurdas: “o asfalto aí é mais lisinho”, “os carros estão sempre bem arrumadinhos (alinhados)”. Não é bem assim. Como disse, tudo é relativo. Por exemplo, aqui nos bares de bairro as pessoas têm o costume de deixar papéis no chão, o que no final do dia fica uma porcaria; uma montanha intransponível. Sem contar que isso demonstra falta de cuidado, higiene. Cachorros fazem cocô na rua e os donos não limpam; bitucas de cigarro (muitas) nos chãos, e outras.

A oportunidade de viver aqui, repito, é fantástica, mas não para quem busca luxar, a não ser que tenha muito dinheiro e venha para curtir. Estudar e levar uma vida simples talvez sejam condições interdependentes, mais razoáveis para os mortais. Não se esbanja nada, mesmo os nativos. X espanholx, em geral, não possui carro luxuoso - no Brasil tem de “ruma”, até, acham os imortais, para se firmarem socialmente. Aqui as pessoas só têm o que realmente precisam. No supermercado, como no Brasil, geralmente buscam os produtos da própria empresa, porque são bem mais baratos e possuem qualidade similar.

Europa não é um sonho abstrato ou um conto de fadas, em absoluto. A experiência te põe em contato com pessoas extremamente interessantes, com outra visão de mundo, que te fazem abrir um horizonte de possibilidades, até então se poderia pensar impossíveis.

Quando idealizei novamente atravessar o atlântico, dessa vez para a Espanha, a intenção, acima de tudo, era respirar diferentes ares, revitalizadores; estudar e agregar uma nova experiência acadêmica. Mas se conseguem tantas coisas: modo de vida; nova alimentação; identidade com o lugar; costumes; cultura; línguas etc. Portanto, primeiro ouça o coração e a razão (parece clichê, mas vale muito), dê atenção a quem deseja o seu crescimento, procure entender os riscos e as possibilidades, e vá. 

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